terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Dionisío



Dionísio é o deus grego equivalente a Baco no panteão romano,deus das festas ,do vinho e do lazer,filho de Zeus e da princesa Semele...Ele é o senhor das Mênades,e do puro êxtase,seja ele pelo sexo,pela dança.pelo vinho...Dionísio é o que quebra as barreiras e destrói os conceitos e padrões que nos impedem de seguir em frente..é o emancipador,o que grita,aquele que faz "Brotar plantas em meio ao cimento".
Eu diria que Dionísio é aquele que quebras as máscaras....é o bom vivant...È tudo que o arcano "do louco" no tarot diz....siga....siga....apenas...siga.....
Escrevi essa estória inspirado em Dionísio...ficou ruim,mas tava incomodado com ela parado no meu pc....


Dioniso
Quanta dor de cabeça, que coisa, estaria ele sem animo para as festas?
Oras claro que não, era apenas uma dor passageira, logo ela voltaria a se divertir.
Então resolveu Dionísio voltar para as comemorações que aqueles seres, agora estranhos, faziam.
Ah! Dionísio tinha que ser sincero consigo mesmo.. Tal festa não o agradava por mais que ele se esforçasse, era tudo tão... Estranho, nem ele o senhor das festas estava animado para participar de tal festividade, também como poderia ele gostar de tal padronização..aquela barulheira o irritava.Basta,como poderiam chamar aquilo de festa,e assim ele saiu daquele cômodo estúpido,com pessoas fechadas em roupas falsas,com músicas falsas,com sentimentos falsos...as mulheres que ali dançavam não o faziam para se alegrar,os homens que ai bebiam no o faziam para elevar sua consciência e sim para fugir de seus própios medos,ele não ficaria ali assistindo essa depredação de coisas que ele tanto estimava...e com àquela música que ele abominou ainda ecoando em sua mente ele resolveu passear pelo olimpo.
O que Apollo estava pesando quando deu expiração para criação de tal música, ah, mas ele não estava inspirado mesmo, concerteza não. Ou teria outra pessoa inventado esse conjunto de barulhos sem sentido?
Em meio as suas andanças e já bem irritado vendo o teor das festividades atuais, Dionísio encontra Pisque andando pelo olimpo.
-Olá, como vai aquela que dá razão ao amor?
-Razão ao amor?Não tens visto por ai como estão as coisas?ah tempos que o amor esta sem razão,pobre Eros,suas flechas tem estado desenfreadas.
-Sim, eu vi como estão as coisas e em sido este o motivo de minha irritação,como pode haver festividades tão...sem sentido.
-Ora, esses seres que estão no mundo hoje são assim,preocupam-se apenas em esconder seus medos,e que melhor maneira pra fazer isso do que festejar?mesmo que de maneira tão banal...o melhor remédio para fugir da razão e a ilusão...e eles se entregam a ela...
-Sim, mas como sinto falta dos ritos em honra ao puro prazer,ah como me delicia lembrar dos momentos de adoração e honra aos deuses,dos momentos de elevação pelo vinho...ah...
-Pois é as coisas mudaram e encontrar prazer verdadeiro no mundo de hoje tem sido difícil, mas ainda assim, não é impossível...
-Ah me diga então onde encontro tamanha verdade?
-Ainda existem pessoas que te buscam... Ou estas tão surdo com os barulhos das mentiras atuais que não consegue escutar as vozes dos que te chamam?
-Sim... Tem quem me chame, mas já tenho andado irritado, e fico com receio de atender tais chamados...
-Pois que seja, tente mais uma vez, atenda uma última pessoa que venha a entregar seu nome a uma festa,e depois me conte,vou indo, Eros não pode, mas ficar tanto tempo só...
-Sim, farei isso, uma última vez... Obrigado, não imaginei que seria tão bom conversar contigo. Vá, não deixe Eros só...

E assim aconteceu, na mesma noite, o deus escutou seu nome ser pronunciado em meio a vozes e uma música que até lhe agradava um pouco... e lá foi o senhor das festividades ver do que se tratava tal comemoração...

Ao chegar ,para sua surpresa era,ele encontrara pessoas alegres de verdade...isso acalentou o coração do deus,e o olhar dele buscou quem tinha pronunciado seu nome...
E ele se depara com uma moça... Cercada por pessoas, contando as estórias dele,bebendo,sorrindo... Ah que surpresa, finalmente teria ele encontrado um lugar onde ele poderia dizer estar ocorrendo uma festa, ele resolveu sentar ao lado daquela mulher e escutar o que ela dizia sobre ele...

E ela falava em alto e bom som
-Ah! O senhor Dionísio odiaria festas como as que ocorrem nesses locais fechados... Formais... Ah... Na verdade seja onde for. Se soar falso ele não vai gostar, tenho certeza que não!
-oras,mas independente do que for o importante não e se embriagar e ser feliz...rsrsrs.disse um rapaz ,acompanhado de risadas dos que estavam a sua volta.
-Claro que não, do que adianta a embriaguez quando ela só serve para lhe afundar em suas mentiras?Só serve para desviar sua mente da realidade, para que você não encare seus problemas?Ser livre... Deixar acontecer... Não e o mesmo que se deixar levar pelo medo da realidade. Depois de dizer isso ela se levanta e sai irritada.
Dionísio escutou feliz aquilo, não imaginou que poderia ver suas palavras proferidas de melhor maneira!
E ele foi até a moça que tinha sido ponte para o seu desabafo, ela estava parada em frente à uma janela se deliciando com uma taça de vinho...
Como ele queria que os humanos de hoje ainda pudessem enxergá-lo como no passado, seria um prazer que ela o visse.
-Eu sei que esta ai, não o vejo,mas eu o sinto...lhe sinto no calor do vinho em minha garganta...lhe sinto no estase de um momento de amor,no calor da dança e das festividades...na troca de taças de vinho em uma noite de puro prazer...sou sua filha e te honro.terminando de falar isso ela bebeu o que ainda tinha de vinho em sua taça

Dionísio assustou-se,teria ela conseguido senti-lo?
Ao olhar a sua volta, ele vê Eros, com um olhar no mínimo intrigante, o cupido, acena e some...
Dionísio não acreditava que poderia ter sido fisgado por uma flecha do filho de Afrodite, mais quando se deu conta disso já era tarde, as palavras daquela mulher tinham o embriagado, havia tempo que ele não escutava alguém falar daquela maneira. Mas como faria ela para ser correspondido?
E na mesma noite ele acompanhou aquela mulher até o seu leito, e deitou ao seu lado.
Quando escutou sua voz outra vez:
Ah... ou a minha embriaguez esta me cegando.ou eu realmente estou a ver as face do desejo...da boemia ,do estase... Tão presente em minha vida, sinto-o de maneira tão forte, que posso enxergar as sua inebriante face... Se revele..mostre-se logo...
Dionísio ficava cada vez mais intrigado com aquilo, e tentou toca-la, e pode sentir a si mesmo quando repousou suas mãos sobre os ombros de tal mulher... era inevitável...o imortal se entregaria ali a sua própria embriaguez...
E assim como deve ser o amor segundo Eros... Sem que ela vise a face de seu amante... Apenas o sentido.. Os dois se amaram... Um imortal e uma mortal..se tornaram um perante os prazeres do vinho...


Dionísio entendeu que os humanos de hoje estavam cegos de mais para poder receber as honrarias do verdadeiro prazer,mas que ainda existiam pessoas com sensibilidade suficiente para guardar o prazer...para elevar seus pensamentos de maneira livre...sem mentiras...e ele resolveu se deixar elevar...que festejem...que mintam pra si mesmo...até o dia em que acordarem...e ai serão eles a sentir a dor de cabeça...o que mais seria a ressaca ,senão o choque entre o ontem ilusório e a frágil realidade do dia-dia
Quanto a noite de amor com aquela mortal...bem ela alcançou a elevação...ela conheceu Dionísio...os seus mistérios...e é isso que ele deseja...que todos...seja como for conheçam os seus mistérios...se libertem dos padrões...e possuam faces...livres de mascaras..
E assim ele voltou ao olimpo..sabendo que ainda teria muitas dores com as festividades da era moderna...porem estava mais esperançoso quanto a existência de pessoas que busquem a verdadeira liberdade.


2 comentários:

Ricki disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricki disse...
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