segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Lamento saxão



Qual a tristeza que se iguala aquela de quem está só?
Vivi um dia na companhia da minha rainha que muito amava,
E meu braço pesava, com o peso dos anéis que me dava,
E meu coração se oprimia com o outro de seu amor;
A face de uma rainha é como o sol para os que vivem ao seu redor,
Agora, contudo, meu coração vazio está,
E erro sozinho pelo mundo,
Os bosques florescem,
As árvores e os prados crescem livremente.

Sou como o cuco, dentre os cantores o mais triste,
Chora a angústia solitária do exílio,
E meu coração andarilho vagueia,
Em busca daquilo que nunca mais vi,
Todos os rostos são iguais para mim, se não posso ver o da minha rainha,
Assim como todos os países se parecem,
Quando não posso ver as terras felizes pelos prados do meu país,
Ergo-me então, seguindo meu coração errante
Buscando as alegres campinas que me são familiares,
Quando não posso ver a imagem da minha rainha,
E o peso em meu braço não passa de uma tira dourada,
Quando o coração está vazio, sem o peso do amor,
Vou seguindo a vagar,
Pelos caminhos dos peixes,
E pela rota da grande baleia,
E além do pais das ondas,
Sem ela para acompanhar-me,
A não ser a lembrança daquela que amei,
E as canções que outrora cantei com o coração,
E o lamento do cuco na memória.

Um comentário:

Unknown disse...

Lindo esse texto querido!
bjos e sucesso no blog!!!